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Umbanda: o que é?


A umbanda crê num Ser Supremo, o Deus único criador de todas as religiões monoteístas. Os Sete Orixás são emanações da Divindade, como todos os seres criados.

O propósito maior dos seres criados é a Evolução, o progresso rumo á Luz Divina. Isso se dá através das vidas sucessivas – a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento.
Existe uma Lei de Justiça universal, que determina a cada um colher o fruto de suas ações, que é conhecida como Lei do Carma.

A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e a cada um devemos fazer o que gostaríamos que a nós fosse feito.

A Umbanda possui uma identidade própria, e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles.

A Umbanda está a serviço da Lei Divina, e só visa ao Bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utiliza de magia negativa, não é Umbanda.

A Umbanda não realiza em qualquer hipótese o sacrifício ritualístico de animais, nem utiliza quaisquer elementos destes ritos, oferendas ou trabalhos.

A Umbanda não preconiza a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas, e sua reverência às Forças da Natureza implica em preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra.

Um espírito amigo:

Afinal, o que é Amaci? O espírito Ramatis responde:



As ervas utilizadas e as iniciações junto aos locais vibrados da Natureza da Terra têm por finalidade a renovação energética, o alinhamento dos chacras e a adequação do fluxo vibratório destes, nos diversos corpos sutis aos chacras dos Guias e Protetores de casa médium, que também os possuem, tanto no corpo astral quanto nos seus corpos mentais.

Evidencie-se que há uma espécie de junções nestes vórtices vibratórios, entre dimensões de frequências diferentes, o que requer imenso rebaixamento das entidades comunicantes, exigindo da parte dos encarnados elevação moral e harmonia como maneira de aumentar o tônus vibratório a ponto dos chacras se encaixarem.

Os chamados “amacis” nada mais são do que o uso de ervas, em que princípios astral magnético que as influenciam e que as ligam vibratoriamente  com as energias dos quatro elementos planetários, do ar, da terra, do fogo e da água, são adotados para a complementação energética dos médiuns.

Não são qualquer ervas, usadas aleatoriamente. Quando assim ocorrem, prepondera somente a boa vontade dos diretores e a autossugestão do médium, como uma espécie de placebo medicamentoso. Efetivamente, os princípios químicos em regência vibratória astrológica, afim não são liberados adequadamente, tornando-se inócuos nestes casos os “amacis”.

É fundamental que as ervas estejam alinhadas vibratoriamente com a astrologia e com os Orixás que influenciam os médiuns, para o efeito de se fortalecer a ligadura através dos chacras durante as manifestações dos Guias e Protetores.

Claro está que a ancestralidade e a própria sensibilização do corpo astral do médium pelos técnicos siderais antes de reencarnar são fundamentais para o sucesso das lides medianímicas no seio da Umbanda, que vai além do intercâmbio meramente mental, só pelo pensamento.

Livro: Despedindo-se da Terra. (espírito Lucius)



SINOPSE:

Desencontros amorosos, competições profissionais, atitudes vingadoras, ambições materiais, disputas de poder, jogos sexuais, conflitos afetivos, são o cenário diante do qual nossos comportamentos são avaliados perante as leis espirituais para definição de nossos destinos.
Quando chega o momento de tais exames morais, as situações da vida e nossas ações e reações diante delas se convertem em asas ou algemas para nosso futuro.
Você decidirá, com seu comportamento, se esta encarnação atual é a garantia de sua permanência neste mundo ou se, pelos desativos repetidos desta e de outras vidas, não estará, infelizmente sendo exilado para um mundo mais inferior, despedindo-se da Terra.


Livro: Ação e Reação - (Chico Xavier)



SINOPSE:



Livro sobre a doutrina espiritualista. Descreve as chamadas regiões inferiores da esfera espiritual para mostrar o sofrimento da consciência culpada após a morte do corpo físico. Apresenta estudos de casos e oferece orientação sobre assuntos como a lei de causa e efeito e os preparativos para a reencarnação.



Livro: O Mestre Inesquecível - Análise Da Inteligência De Cristo - (Augusto Cury)


SINOPSE:

No último livro da coleção Análise da Inteligência de Cristo, Augusto Cury estuda a face de Jesus como mestre, educador e artesão da personalidade. 'O mestre inesquecível' revela o crescimento psíquico e intelectual vivido pelos apóstolos e mostra como Jesus os transformou nos excelentes pensadores que revolucionaram a humanidade. Para formar seguidores aptos a difundir suas palavras, Jesus escolheu homens simples e desenvolveu neles a arte de pensar, a tolerância, a solidariedade, o perdão, a capacidade de se colocar no lugar do outro, o amor e a tranqüilidade. Embora muito jovens e inseguros, eles atenderam prontamente ao chamado de Cristo e tornaram-se pescadores de seres humanos. Sabiam que estavam seguindo um desconhecido, mas sentiam, no fundo do coração, que aquele mestre deixaria suas pegadas gravadas para sempre na história. Numa época em que o ensino está em crise, o exemplo de Jesus e seus discípulos nos ajuda a abrir os olhos para o verdadeiro sentido da educação - mais do que transmitir informações, educar é produzir a capacidade de pensar, de questionar, de superar desafios, de compreender o mundo e de tornar-se melhor a cada dia. Cury nos mostra que Jesus foi o maior exemplo de dignidade, fraternidade e abnegação que já pisou na Terra.


O que é Deus?




O que é Deus?

— Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as
coisas." Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, item l


Ambas as filosofias ou religiões – Umbanda e Kardecismo seguem as Leis do Criador chamado por todos como Deus. Mas, nós seguidores dessas religiões sabemos o que é esse Deus? Creio que não, não temos certeza. De nada realmente sabemos.

Segundo o espírito milenar, Alex Zarthu, amigo e companheiro de todos os momentos do escritor Robson Pinheiro, em sua obra “Gestação da Terra”, ele nos explica o que é Deus.

O SER CUJA REALIDADE transcende o próprio universo permanece ainda incompreendido pela grande maioria de
suas criaturas, de seus filhos. O homem já nasce com a intuição de que existe uma força soberana que se irradia em todo o universo, à qual dá o nome de Deus.

Entretanto, sabemos que a verdade assemelha-se à luz da aurora, que vai clareando lentamente até atingir a exuberância do sol do meio-dia.

O conhecimento do homem a respeito de seu Criador não foge à regra. Inicialmente, não podendo compreender os atributos de um ente espiritual que detém todo o poder e todas as perfeições num grau absoluto, o homem passou a humanizar Deus, transformando-o segundo os seus conceitos, à sua imagem e à sua própria semelhança.

Começa a emprestar ao Criador Supremo suas próprias imperfeições e cria a imagem de um Deus antropomórfico.
O homem transforma Deus numa divindade humanizada, que se ira, sente raiva, precisa de sacrifícios para aplacar sua sede de justiça e sangue; enfim, personaliza o Criador, atribuindo- lhe a imagem de um ancião de longas barbas, dominando um paraíso beatífico e pronto para irar-se ao primeiro sinal de rebeldia ou ignorância de suas criaturas, de seus filhos.

A ignorância do homem colocou a divindade tão distante do ser humano que se tornou quase impossível à criatura chegar-se ao Supremo Senhor, o Pai.”  (Alex Zarthu) .


“Deus é a Consciência que estabelece a ordem e a harmonia do universo. Cada constelação, cada galáxia, cada planeta, cada sol, cada erva, cada átomo é eternamente preenchido pela Consciência divina. Deus é imanente a toda a criação.

Mas a criação não é o Criador. Ele é a Consciência que fecunda de vida todo o universo, que mantém os mundos na amplidão, em sua eterna marcha, suspensos sob sua atuação, nos espaços infinitos.” (Alex Zarthu)

Oração para os Orixás:

Que a irreverência e o desprendimento de Exu me animem a não encarar as coisas de forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso!
Laro Yê Exu!

Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam meu caminho e seu escudo me defenda.
Ogun Yê meu Pai!

Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura à custa de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas, à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me atinja.
Okê Aro Ode!!!!

Que as folhas de Ossain forneçam o bálsamo revitalizante que restaure minhas energias, mantendo minha mente e meu corpo são.
Ewe Ossain!!!!

Ora Ye Yêo Oxum!!!!
Que Oxum me dê serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces – que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar – assim seja que eu possa lutar por um objetivo sem arrependimentos.

Que os raios de Iansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos levem para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem de minhas fraquezas.
Êpa Hey Oyá!!!!

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração. Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me incuta o bom senso.
Caô Caô Cabecilê!!!!

Que as ondas de Iemanjá me descarreguem levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia dando-me a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e me console.
Odoyá Iemanjá!!!!

Que aswcabaças de Obaluayê tragam não a cura de minhas mazelas corporais, como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes.
Atotô Obaluayê!!!!

Que a vitalidade dos Ibejis me estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral.
Onibeijada!!

Que o arco-íris de Oxumarê transporte para o infinito minhas orações, sonhos e anseios e que me traga as respostas divinas, de acordo com o meu merecimento.
Arrobobo Oxumarê!!!!

Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo mais nobre; aos pés de Zambi maior!
Êpa Babá Oxalá!!!!



Oração à São Jorge (Pedro Bial)


Pombogira Guardiã - O Estimulo


 "Ela é Odara, ela é Pombogira. Se eu pedir ela me dá"

Pombogira também é um Mistério colocado à disposição dos Orixás para atuar como elemento mágico e agente cármico, nos limites estabelecidos pela Lei Maior. Pombogira é a própria iniciativa em si. O desejo é um fator divino fundamental em nossas vidas, pois nós o absorvemos por todos os chacras. O fator desejo de Pombogira combina com o fator vigor de Exu; ambos se completam e criam as condições para que a Umbanda tenha seus recursos mágicos e cármicos, para socorrer quem vem ao templo. Esses fatores, ao se completarem, criam em nossos sentidos as condições ideais para nos lançarmos na conquista de algo, pois despertam em nosso íntimo o desejo de realizar.

O desejo só existe porque assim Deus quis e não se manifesta apenas através do sexo, pois sentimos o desejo de aprender, de dormir, de viajar, de conversar, de nos divertir, de comer determinado alimento ou de vestir determinada roupa etc. A Senhora Pombogira é a pura vibração da sexualidade, mas na função de frear, de bloquear os impulsos sexuais femininos, procurando evitar que as mulheres caiam na tentação do desejo sexual mais instintivo, próximo ao dos animais - a luxúria e a volúpia. Seu Mistério principal é dar fluidez e expandir sentimentos e vontades que por si só são passivos.

Embora em seus trabalhos as pombojiras demonstrem alegria, vivacidade e liberdade de palavras e movimentos, elas não devem ser vistas como prostitutas desencarnadas e, sim, como Entidades que lidam com a sexualidade das pessoas presentes, para descarregar delas o acúmulo desse tipo de energia. Com o trabalho dessas maravilhosas Entidades e permissão dos Sagrados Orixás a quem elas respondem, os caminhos são limpos, abertos e os pedidos realizados desde que justos, verdadeiros e não prejudiquem ninguém. Pedidos escusos, embora se realizem, retornarão a quem pediu, em dobro. É a Lei do Retorno.
(*) – Veja o artigo na íntegra no Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista -  Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Exu Guardião: Vitalidade

Vitalidade é vigor, força vital, qualidade própria para preservar a vida. 

Exu é o mistério, o elemento mágico universal ou aberto a todos, é a divindade cósmica que gera e irradia o fator que vitaliza e ativa os seres, em todos os sentidos da vida. Quando alguém recebe a energia irradiada por Exu, sente-se vitalizado, forte, vigoroso e feliz. Mas, vigor sem estímulo não se torna ativo; Exu se complementa com a qualidade de Pombogira - o desejo, estímulo - e vice-versa. Exu tanto gera e irradia o fator vigor como o retira e absorve, atuando como paralisador ou esgotador de carmas grupais ou individuais, ativado pela Lei Maior. Quando um ser se desvirtua e se afasta da irradiação luminosa do Orixá, automaticamente estará sob a irradiação punitiva de seu mistério Exu ... 

Os Exus não são os demônios, espíritos malignos ou obsessores que algumas religiões pregam. Os espíritos trevosos ou obsessores que vivem no baixo astral são conhecidos, pelos umbandistas como quiumbas - espíritos humanos que se encontram desajustados perante a Lei Divina e se deleitam na prática do mal, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, por ódios, vinganças ou prazer. ... 

Os Exus executam a Lei e o carma nas trevas, sob a determinação e responsabilidade de Ogum, esgotando os vícios humanos de maneira intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio veneno, da mesma maneira que a picada de uma cobra venenosa. Assim, muitos vícios e desvios, são combatidos com eles mesmos, numa espécie de tratamento de choque. A vitalidade de Exu age principalmente no mental do ser, atuando no seu reequilíbrio emocional, fortalecendo seus corpos físico e energético, fazendo com que o ser saia da apatia, tornando-se capaz de tomar suas próprias decisões, estimulado a evoluir. ... 

Exu é um elemento mágico, neutro, não tendo a livre iniciativa de auto-ativar-se; qualquer um pode recorrer a ele, evocá-lo, ativá-lo ou desativá-lo ritualmente. Portanto, se uma pessoa estiver sendo atuada por Exu, é porque alguém o ativou e direcionou contra ela - um desafeto ou a Lei Maior. Se foi um desafeto, a pessoa poderá recorrer a um médium para quebrar a atuação. Se foi a Lei Maior, a pessoa atuada só a desativará através de transformação e reforma íntima, com mudança de suas condutas pessoais, reformulação de seus princípios, reparação de seus erros etc. Tanto quem solicita a ativação de Exu como quem o ativa sofre o choque de retorno, que volta com a força reativa da Lei Maior, já com seus aspectos punitivos e executores de pessoas que fazem mau uso dos mistérios divinos e dos elementos mágicos universais, colocados à disposição de todos pela Lei Maior.

Os Exus são intermediários através dos quais os Orixás podem manifestar-se nas trevas, são  guardiões do lado negativo dos pontos de força da natureza; não interferem no livre arbítrio das pessoas e respondem aos regentes de forças da natureza - os Orixás. Um Exu não combate um mentor de luz pois ambos atuam sob a mesma Lei. Exu possui uma faixa vibratória e um grau magnético só seu, pelos quais flui, irradia, atua e manifesta-se na vida dos seres. Esse mistério não é maior nem menor, superior ou inferior aos outros mistérios da criação. 

Exu, enquanto Mistério da Criação, energia e magnetismo, Agente da Lei Maior, é vitalizador ou desvitalizador dos sentidos capitais de um ser e atua como transformador de sua vida. Como elemento religioso, Exu atua como esgotador de carmas individuais e como vitalizador ou esgotador da religiosidade das pessoas. Como elemento mágico, só é ativado ou desativado se devidamente pago, com oferendas rituais simbólicas. 

Enquanto Linha de Esquerda na Umbanda, incorpora em seus médiuns e dá consultas gratuitas, aconselhando, orientando, defendendo, ajudando a superar suas dificuldades materiais ou espirituais, familiares, profissionais etc., mas, sempre a partir de sua visão cósmica das situações, de seu senso e de seu entendimento pessoal de como deve proceder para atender a quem o solicitou. ...  

Exu  rege  sobre  a  vitalidade  dos seres e, no particular, sobre o vigor sexual. Ele é portador de um poderoso mistério, ligado à sexualidade masculina. Seu cetro de poder é de formato fálico, pois simboliza a vitalidade ou vigor. Exu é o mais humano dos mistérios de Umbanda, porque reflete em si a natureza emotiva do seu médium, no qual ele se manifesta e incorpora. Embora aparentemente seja punidor, na verdade ele atua como agente esgotador de negativismos ou criador de estímulos que ativam o emocional humano, induzindo o ser a mover-se em busca do "alto". É regido pelo mistério "Trono Neutro", que não é bom nem mau, e responde segundo é invocado. Através do seu fator vitalizador, ele tanto vitaliza como desvitaliza os mistérios dos orixás: amor, conhecimento, religiosidade, geração, equilíbrio, ordem e evolução.
(*) Veja o texto na íntegra no Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista  Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Pai Oxalá - A fé

A fé é o atributo principal de nosso amado Pai Oxalá. A Fé não se ensina, ela é buscada ou fortalecida no íntimo de cada um. Não é fanatismo e não é apenas um sentimento; é um estado mental consciente e racional; é o reconhecimento do ser como criatura divina; é o elo de ligação do ser com o Divino Criador. Nosso amado Pai Oxalá é, em si mesmo, essa qualidade Divina da Fé.
A fé, na Umbanda, é um estado de espírito, através do qual são realizadas as sessões de atendimento às pessoas necessitadas de auxílio espiritual e de orientação religiosa e doutrinária. É sinônimo de trabalho em prol do próximo. A fé é a consciência das faculdades que trazemos adormecidas em nosso íntimo, que precisam germinar e crescer. Ela é a principal via evolutiva, pela qual trazemos o céu para a Terra, sem precisar aguardar a morte do corpo físico, para chegarmos até Deus. Temos Ele vivo, vibrante, atuante e gratificante em nós mesmos. ... (*)

Na Umbanda, Oxalá é o Orixá mais alto da escala hierárquica e tem como exemplo o próprio Divino Mestre - JESUS. Pai Oxalá é a própria Umbanda e nos pontos riscados é representado por uma estrela de cinco pontas ou  Pentagrama. Ele é a luz que equilibra a todos nós, pois está em tudo e em todas as outras divindades, com sua propriedade cristalizadora. Seu poder não tem lugar para se manifestar, pois todos os lugares são seus. Pai Oxalá é o regente de nosso planeta e comanda a Linha da Fé, na Umbanda, onde os Sete Caminhos pertencem a ele. Ele é a força que congrega as pessoas em um único ideal.

O campo preferencial de atuação de Pai Oxalá é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade. ... O alcance de Pai Oxalá ultrapassa o culto dos Orixás, pois a religiosidade é comum a todos os seres pensantes. A Fé é uma qualidade Divina, pois tudo tem de ter por princípio a fé em Deus e na sua Divindade Criadora e geradora.  Oxalá é Luz, Vida e Fé. A maior qualidade desse Pai é a simplicidade e o que ele mais exige de nós é a humildade. A melhor forma de nos apresentarmos diante dele, portanto, é pelo desenvolvimento da bondade, simplicidade, pureza e humildade. Jesus Cristo é um Trono da Fé de nível intermediário dentro da hierarquia de Oxalá, pois além de servir Oxalá com fé e amor, Cristo Jesus é um Trono Celestial Cristalino que vibra tanto a fé quanto o amor, na mesma intensidade. ...

As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações, quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos espíritos encarnados. É uma pena que seja assim, porque os próprios seres se afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino Oxalá. Como força cristalina ou do Tempo, Pai Oxalá atua através do Ar, um dos elementos fundamentais para a vida.
(*) – Veja o texto completo no Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Pai Xangô - Justiça e Equilíbrio

A justiça é a virtude de dar a cada um aquilo que é de seu merecimento. Deus é justo e gera tudo com equilíbrio. No sentido da justiça, todos nós temos os mecanismos mentais necessários para desenvolvermos condutas equilibradas e adquirirmos posturas pessoais sensatas e racionais, anulando nossa emotividade e nosso instintivismo primitivo. Para isso, somos dotados do livre-arbítrio, quando encarnamos.

A qualidade da Justiça Divina, equilibradora, é manifestada pelo Orixá Xangô,  que purifica nossos sentimentos com sua irradiação incandescente, abrasadora e consumidora das emotividades. Xangô é a força coesiva que dá sustentação a tudo. Ele está na natureza como o próprio equilíbrio, tanto na estrutura de um átomo quanto no Universo e em tudo que nele existe. 

Quem absorve a qualidade de Pai Xangô, torna-se racional, ajuizado, ótimo equilibrador do seu meio e dos que vivem à sua volta. A escolha racional nos leva ao equilíbrio da alma, através do conhecimento da Lei que nos rege e nos diz o que é certo e o que é errado na vida. Essa Lei não é cega nem falível, pois se ensinarmos errado, seremos colhidos por ela, que exige muito de quem conhece os mistérios da razão. Mas, se trilharmos no equilíbrio da Lei, iremos adquirir uma fé inquebrantável no que fazemos e no que falamos e nada será feito ou dito em vão; tudo terá sua razão de ser. É isso que faz com que aqueles que já adquiriram o seu equilíbrio e se tornaram conhecedores da Lei sacrifiquem-se em benefício dos semelhantes, sem nada esperar em troca. Tudo se resume em servir à sua família, ao seu círculo familiar, à sua comunidade, tanto civil quanto religiosa, a servir a Deus. 

Quanto às pessoas instintivas, não desenvolveram os sensos de justiça e a vida delas se resume a uma permanente busca de satisfação pessoal, mesmo que à custa dos  semelhantes. Uma pessoa instintiva costuma procurar essa satisfação em todos os sentidos da vida e tudo tem de ser para ela e por ela, senão se sentirá preterida ou injustiçada e torna-se intolerante e mesquinha.

A emotividade não suporta nenhum tipo  de contrariedade, levando-nos a ver qualquer ação refreadora como ofensa pessoal, por isso deve ser contida pelo sentido equilibrador da justiça. Assim, não nos tornamos pessoas que se sentem injustiçadas pelos semelhantes, inferiorizadas, abandonadas, traídas e menosprezadas. Nossa emotividade e nosso instintivismo primitivo devem ser transmutados lentamente em senso, em razão e equilíbrio, senão nos tornamos egoístas, possessivos, vingativos, intransigentes e intolerantes com nossos semelhantes e conosco. Quando alguém se torna um equilibrador de seus semelhantes é porque descobriu o sentido da vida.

Pai Xangô é o orixá da Justiça e seu campo de atuação preferencial é a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e eqüidade, pois só conscientizado e despertado para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo. A irradiação da Justiça Divina é uma onda viva que nasce em Deus e alcança tudo e todos. 

Xangô é o pólo positivo dessa onda que equilibra tudo, desde a gênese das coisas até o sentimento dos seres. Ele é irradiação contínua e chega a todos, não deixa nada nem ninguém sem o amparo da Justiça Divina. Ele gera e irradia a chama da Justiça Divina, que aquece o racional dos seres e abrasa os sentimentos íntimos relacionados com as coisas da justiça e da razão. 

Xangô atua através do mental e vela pela harmonia e pelo equilíbrio na evolução. Pai Xangô é abrasador, é a chama universal, é o raio solar gerador de vida, gera o equilíbrio da justiça. É fundamental para a nossa evolução o desenvolvimento do senso de justiça, da razão, do equilíbrio, do juízo e de posturas sensatas, deixando de lado a emotividade e o instinto. Pessoas instintivistas, no campo profissional, buscam os cargos de destaque, de chefia e melhor remunerados, pois sua satisfação pessoal não aceita nada que seja subalterno. No campo religioso, querem estar acima de todos e, se é um assistente, quer toda a atenção para si, não se importando com mais ninguém. No campo familiar, tem de ser o dono da família e não aceita ser contrariado por ninguém. No campo amoroso, não se importam com os sentimentos alheios, pois os seus é que devem ser satisfeitos. No campo pessoal, querem ser o centro das atenções, querem ser bajulados e não aceitam críticas ou advertências. Quanto às pessoas emotivas, no campo profissional, são inseguras, imaturas e depressivas e, não raramente, sentem-se perseguidas, humilhadas ou desprezadas pelos colegas, pois suas emotividades as impedem de desenvolverem relacionamentos fraternos. 

Os únicos que elas conseguem desenvolver são relacionamentos com envolvimentos pessoais e, caso as pessoas relacionadas com elas não lhes dêem a devida atenção, logo são evitadas ou repelidas porque passam a ser vistas como traidores, desleais etc. No campo amoroso, as pessoas emotivas são dependentes do seu par, ciumentas, possessivas e apassionam de tal forma os seus relacionamentos que se tornam sufocantes ou inconvenientes. No campo familiar, as pessoas emotivas são focos de desequilíbrio e, não raro, tornam a vida em família um tormento, já que ou são o foco de atenção de todos os outros membros ou tratam a todos como seus adversários.  Em casos mais graves, a emotividade e o instinto se fazem presentes e tornam difíceis os relacionamentos humanos, já que os mecanismos mentais foram avariados e a noção dos sensos é turvada, e as pessoas adquirem hábitos, expectativas e posturas desequilibradas. É preciso trilhar a linha de equilíbrio e receber a irradiação ígnea de Pai Xangô, sempre disposto a nos ouvir, esclarecer e amparar, caso nossos apelos sejam justos e nossa conduta nos faça merecedores desse amparo.

(*) – In: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Pai Omulu - A Morte

Não fugiremos à Lei imutável de que há vida após a morte. A verdadeira vida eterna é a existência do espírito que, após um período no astral,  reencarna, voltando ao corpo material muitas vezes,  para ampliar a consciência do ser e continuar o seu aperfeiçoamento e crescimento,  no caminho rumo ao Criador.  Esta vida é apenas um estágio, no qual devemos adquirir compreensão para evoluir. Com a morte,  muda apenas a vibração, pois o plano de vida passa a ser o espiritual.  Portanto, vida e morte constituem um único ciclo de vida, no qual o nascimento corresponde à entrada na vida material e a morte à entrada na vida espiritual.Pai Omulu é o orixá, fiel depositário do nosso corpo, quando o espírito se desprende dele. Ele é o Orixá da terra, que nos aguarda até que sejamos chamados pelo nosso Senhor, Olorum.

O que normalmente chamamos de morte é uma dissolução progressiva do indivíduo, que, ao desencarnar, se defronta com uma zona de transição entre o mundo da matéria e o mundo astral, denominada túnel da triagem. Esse túnel escuro, possível de ser atravessado em frações de segundos, tem portas de entrada para o astral superior, que conduzem a zonas de repouso e regeneradoras, e portas de entrada para as zonas trevosas do astral inferior. Ao passar por esse túnel, bastam alguns segundos para que toda a vida do ser, suas idéias, seus preconceitos, seus comportamentos e suas crenças desenrolem-se como cenas de um filme. Essa aferição dará seu direcionamento ao local que habitará após o desencarne, de acordo com suas afinidades com princípios positivos luminosos ou negativos e viciados. Os vícios terrenos muitas vezes atrasam em milênios nossa caminhada evolutiva. 

Pai Omulu, de seu ponto de forças no campo santo (cemitério), coordena todas as almas, após o desencarne, de acordo com a Lei Maior, mantendo-as no cemitério ou encaminhando-as ao umbral (purgatório), onde também é o regente. O Senhor Omulu é o chefe de todos os executores da Lei dentro da Linha das Almas e é, ele mesmo, o verdadeiro executor dos seres que caíram, por vários motivos, e que têm de purgar os seus erros no astral inferior. Ele também recolhe os espíritos que, quando na carne, ofenderam o Criador, e que cairão nos planos sem retorno. Em todas as culturas o campo santo é considerado um lugar sagrado, onde os corpos sem vida são devolvidos ao Criador Olorum. Os mortos merecem o nosso respeito e devem ser lembrados com amor, pois tais sentimentos os auxiliarão em sua caminhada evolutiva. A obrigação de todos nós é cuidarmos da vida na carne, da melhor maneira possível, com a coragem de colocarmo-nos frente a frente com os nossos vícios, erros, desejos e anseios. É reconhecermos que somos imperfeitos e buscarmos sempre nossa melhora, envidando todos os esforços possíveis para vencermos a nós mesmos, mudarmos nossas atitudes em relação aos semelhantes e a nós,  e caminharmos rumo ao Divino Criador.

"Na Umbanda, Omulu é o Orixá que tem o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se esvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar e se negativar. Deus tanto gera como paralisa a criação que não mais atende aos seus desígnios, às suas vontades. Pai Omulu nos paralisa nos atos geradores desvirtuados, das idéias, doutrinas, projetos, desejos, faculdades sexuais, princípios, leis etc. 

Os atributos de Omulu são telúricos, pois é através da essência telúrica que suas irradiações nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos de preservação de tudo que foi gerado pelo Divino Criador. 

Pai Omulu, a terra geradora da vida, é uma divindade da terra. É o orixá que rege a morte, ou seja, o desencarne, o instante da passagem do plano material para o plano espiritual, conduzindo cada um ao seu devido lugar. Omulu é a energia que se condensa em torno do fio de prata, que une o espírito e o seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro. Essa energia que rompe o fio tanto pode parti-lo rapidamente (quando a morte é natural e fulminante) como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o perispírito que já entrou em desarmonia vibratória (porque a passagem deve ser lenta), induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma passiva. 

Pai Omulu atua em todas as religiões, sendo em algumas denominado de "Anjo da Morte" e em outras divindade ou "Senhor dos Mortos". É o Guardião dos Mortos e da Vida, pois paralisa todos que atentarem contra ela.  É o Senhor das Almas, pois, se a Lei o ordenar, mantém os espíritos nos cemitérios após o desencarne. Ele guarda para Olorum os espíritos que, durante sua jornada terrena, fraquejaram e se entregaram à vivência de seus vícios emocionais. Mas, ele não pune ou castiga, apenas conduz cada um ao seu devido lugar logo após o desencarne. 

Em seu pólo negativo, é o chefe de todos os executores  da Lei dentro da Linha das Almas. Omulu é o executor das almas que caíram e têm de purgar os seus erros no astral inferior, também conhecido como umbral. Esse orixá paralisa todo processo criativo ou gerativo que se negativar, se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar ou se emocionar. Ele recolhe o espírito daqueles que ofenderam ao Criador, quando na carne, e que irão para os planos sem retorno. 

Mas, em seu pólo positivo, ele é o puro amor divino, é a própria caridade divina no amparo dos espíritos caídos, até que os mesmos tenham se curado e retornado ao caminho reto. Podemos orar a Omolu para a cura de enfermidades. Ele atuará no nosso magnetismo, no nosso corpo energético, no nosso campo vibratório e no nosso corpo carnal, curando-nos ou possibilitando o encaminhamento ao médico que fará isso. Toda a magia envolvendo os mortos está em seu reino, o ponto de forças dos cemitérios, no embaixo, já que, no alto são regidos por nosso pai Obaluaiyê. Os povos de todas as culturas têm os seus campos santos, os cemitérios, como  lugares sagrados, para onde são devolvidos os corpos já sem vida ao Doador da Vida e que não devem ser profanados. São os pontos de transição do espírito, quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.
(*) – In: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista  Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Pai Obaluayiê - Evolução

 "Evolução é a razão básica da existência do ser. Existimos para evoluir"
Evoluir significa crescer, aprimorar, lapidar, transformar, crescer mentalmente, passar de um estágio a outro, ascender em uma linha de vida de forma contínua e estável. Significa uma renovação contínua do ser, uma reposição constante de valores, deixando para trás conhecimentos ultrapassados, hábitos e costumes inadequados, atitudes e posturas  velhas e decadentes. Significa procurar continuamente o movimento e a estabilidade em nossas vidas. Pai Obaluayiê é o orixá que desperta em cada um de nós a vontade irresistível de seguir adiante, de alcançar um nível de vida superior, para chegar mais perto de Deus. Ele é o orixá do bem estar, da busca de melhores dias, de melhores condições de vida, de sabedoria e de razão. A   evolução   costuma   ser  representada   por  uma  espiral  ascendente  de   progresso, por onde todos nós caminhamos. Podemos, por vezes, ficar parados em algum lugar dessa espiral, o que significa uma perda de tempo precioso. 
Podemos até escorregar para trás - perda ainda maior de tempo e trabalho- mas, continuamos sempre. Não há como escapar ao processo evolutivo. A evolução é uma situação pessoal. Ninguém evolui no lugar do outro ou pelo outro. E o mais importante é que ninguém evolui de forma isolada; ninguém evolui sozinho. O próprio universo é um fantástico entrelaçamento de forças e formas. Todos nós temos em nosso interior um potencial de incrível poder transformador e, junto da evolução pessoal, devemos desenvolver ações amorosas e engrandecedoras, apoiadas no sentimento do verdadeiro perdão. 
Precisamos eliminar os bloqueios que atrapalham nossa evolução, dedicando diariamente alguns minutos, para perdoar as pessoas que, de alguma forma, nos ofenderam, prejudicaram, rejeitaram, odiaram, abandonaram, traíram, ridicularizaram, humilharam, amedrontaram, iludiram ou causaram dificuldades. É necessário perdoar, especialmente, aqueles que nos provocaram, até que perdêssemos a paciência e reagíssemos violentamente, sentindo, depois, vergonha, remorso e culpa. Sabemos que, por várias vezes, fomos responsáveis pelas agressões recebidas, pois confiamos em pessoas negativas e permitimos que elas descarregassem sobre nós o seu mau caráter. 
Outras vezes, suportamos maus tratos e humilhações, perdendo tempo e energia na inútil tentativa de conseguir um bom relacionamento com elas. Devemos, também, pedir perdão a todas as pessoas a quem, de alguma forma, consciente ou inconscientemente, ofendemos, injuriamos, prejudicamos ou desagradamos. Só assim poderemos estar livres da necessidade compulsiva de sofrer e  conviver com indivíduos e ambientes doentios. Vamos, a partir de agora, sob o amparo de nosso pai Obaluayiê, iniciar uma nova etapa de nossas vidas, em companhia de pessoas amigas, sadias e competentes, compartilhando sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo progresso e evolução de todos.

Salve Pai Obaluayiê, orixá do perdão, da cura, das passagens e de todas as transformações!

Obaluayiê é o orixá que atua na evolução dos seres. "Pai Olorum, que tudo cria e tudo gera, criou as qualidades de  estabilidade e  evolução. Sem estabilidade nada se sustenta e sem transmutação tudo fica parado. A estabilidade proporciona o meio ideal para os seres viverem e na mobilidade são gerados os recursos para que eles evoluam.

Pai Obaluayiê é a divindade que  representa essa qualidade dupla, pois tanto sustenta cada coisa no seu lugar como conduz cada uma a ele. Ele está no próprio Universo, na sustentação dos astros e no movimento da mecânica celeste. Sua irradiação, aceleradora da vida, dos níveis e dos processos genéticos, desperta nos seres a vontade de seguir em frente e evoluir. Obaluayiê é o Pai que, juntamente com Mãe Nanã, sinaliza as passagens de um estágio de evolução a outro. Ambos são orixás terra-água; têm magnetismo misto, pois na terra está a estabilidade e na água a mobilidade. Enquanto Mãe Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar, Pai Obaluayiê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto) e reduz o corpo plasmático do espírito, até que fique do tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. 
Pai Obaluayiê é o "Senhor das Passagens" de um plano a outro, de uma dimensão a outra, do espírito para a carne e vice-versa. É o orixá da cura, do bem-estar e da busca de melhores condições de vida. Na Umbanda, esse Pai é evocado como senhor das almas, dos meios aceleradores de sua evolução. Quando um ser natural de Obaluayiê baixa num médium e gira no Templo, todos sentem uma serenidade e um bem estar imenso, pois ele traz em si a estabilidade, a calmaria e a vontade de avançar, de ir para mais perto de Deus. 
Esse Pai rege a linha das almas ou corrente dos pretos velhos, que traz a natureza medicinal de Obaluayiê, orixá curador. Muitos têm sido curados, após clamarem por sua interseção. Os pretos velhos nos transmitem paz, confiança, esperança e bem-estar.Os pontos de forças regidos por Pai Obaluayiê, no acima, são os cemitérios ou campos santos, lugares sagrados para os povos de todas as culturas. São os pontos de transição do espírito, quando deixa a matéria e passa para o plano espiritual.

(*) – In: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Mãe Oxum:

“Ainda que falasse a língua dos homens, e que falasse a língua dos Anjos, sem o Amor, eu nada seria”.




O amor é um sentimento abstrato, inato a cada pessoa, que se expressa com maior ou menor intensidade conforme o grau de evolução e merecimento daquele que o manifesta. Não há como comprá-lo ou fingir que o temos. É o amor que nos leva ao desenvolvimento das mais nobres virtudes humanas: a compreensão, a tolerância, a paciência, o entendimento do sentido de união e fraternidade, a doação sem condicionamentos, dentre outras. Estamos permanentemente recebendo a emanação do Amor Divino, pela própria Graça da Vida e, por isso,  deveríamos saber amar a tudo e a todos, como o Mestre Jesus nos amou e procurou ensinar, quando de sua passagem por nosso mundo. Na Coroa Divina do Criador Olorum, o Amor é a principal qualidade e atributo da Orixá Oxum. Quanto mais manifestarmos, interna e externamente, o sentimento real de Amor, mais receberemos o amparo e a irradiação divina de Mamãe Oxum, que atuará em nós e a partir de nós, tornando-nos seus semeadores.

Ela nos conduzirá e isso será um dos vários começos da nossa gratificante via evolutiva até Pai Olorum. O amor é uma conquista pessoal, como o amor por outra pessoa, pela religião etc. É vencer egos, conceitos e preconceitos, e, por se tratar do entendimento de cada um,  não pode ser tomado como parâmetro coletivo. Uma vez conquistado, nenhuma outra pessoa conseguirá tirar-nos ou fazer-nos perder esse sentimento. Mas, para que isto se fortifique e se intensifique em nós, devemos sempre estar em afinidade e sintonia com Mamãe Oxum. Essa sintonia irradia  uma camada vibracional, que estruturará em nós sentimentos puros, determinação, paz interior, equilíbrio e, principalmente, a vontade de amar e de conceder esse amor ao próximo. ...

O amor sempre esteve presente em nossas vidas, mesmo que nunca tenhamos percebido. Voltemo-nos de frente para a Mãe Oxum e recebamos, a partir de hoje, toda a sua irradiação de amor e comecemos amar a toda a criação, a nossa família, as pessoas que fazem parte de nossa vida, os lugares que freqüentamos e, principalmente, a nossa Religião que é a Divina e Sagrada Umbanda, caminho evolutivo por várias realidades de Deus na Sua Criação.

Mamãe Oxum é considerada a Mãe do Amor, da concepção, da afetividade, do carinho e da comunhão. É por ela que flui o amor de Pai Olorum.  Além de Orixá do amor e da concepção, ela agrega e dá inicio às coisas na vida dos seres. É Oxum quem mostra a importância, na vida nos seres, de todas as uniões e agregações que acontecem no Universo, do micro ao macrocosmo, através da irradiação de sua essência mineral. Até a agregação dos átomos e dos astros depende do seu fator. A energia de Mamãe Oxum está presente em todos os seres e em toda a Criação. ..

Mamãe Oxum, com seu magnetismo positivo, estimula as uniões, as agregações universais e o amor em toda sua amplitude. Sua essência energética mineral  torna todos os seres irradiadores dessa energia e, junto com Pai Oxumaré, gera vibrações, magnetismos e irradiações planetárias que atuam sobre os seres e em toda a Criação Divina, estimulando-os ou paralisando-os no sentido das agregações universais. Os termos positivo e negativo não significam bem ou mal, mas somente polaridades. Mãe Oxum manipula e transporta as sete essências Divinas e nenhum ser, criatura ou energia fica sem sua vibração essencial. Ela rege duas linhas de ação: a positiva, que estimula o amor, nas uniões e na  concepção, e a negativa, que anula o desejo de se unir e de se agregar a outras pessoas. ...
*) – Veja o texto compleo no Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Mãe Nanã:

"A Sabedoria nos acomoda e revela os mistérios ocultos e sagrados"

 Na Idade Madura, o ser, ao tornar-se mais racional, começa a ter uma "luz interior" alimentada por sólidos princípios que o guiam. Essa "luz interior" é que, logo após o desencarne, irá distinguir um ser livre de outro preso aos instintos e impulsos. A divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa entrada, em espírito, no mundo astral, é Mãe Nanã. Nessa porta de passagem, ela atua sobre o nosso carma, conduzindo esta transição com calma e serenidade. Mãe Nanã Buruquê é a maleabilidade e a decantação, é a calma absoluta, que se movimenta lenta e cadenciadamente. 

Essa calma absorvente de Mãe Nanã, exige silêncio; descarrega e magnetiza o campo vibratório das pessoas, que se modificam, passando a agir com mais ponderação, equilíbrio e maturidade. Mas, maturidade não é sinônimo de idade e idade não é sinônimo de sapiência nem de maturidade. Maturidade é sabedoria, é o desenvolvimento e o compartilhamento de virtudes, é o uso da razão, com simplicidade, harmonia, equilíbrio, amor e fé. O ser mais racional, guiado por princípios virtuosos, tem uma luz que se reflete em sua aura, dando-lhe um aspecto luminoso, sóbrio e estável, pois resiste aos contratempos que porventura surjam em sua vida. Essa luz se expande a partir de seu íntimo e fortalece sua aura. O ser racional, em sua velhice, é o pai e a mãe preocupado(a) com o bem estar de seus filhos e netos, que sabe se mostrar agradável aos jovens, por ser extrovertido, sem se tornar frívolo.... Os seres maduros têm sua religiosidade fundamentada em princípios abrangentes e consegue sublimar-se muito rapidamente após o desencarne. Desliga-se do plano material e busca seus afins nas esferas de luz. Já nos seres presos aos impulsos, sem maturidade, sua luz é exterior e varia conforme seu estado de espírito. O ser imaturo, quando atinge a velhice, começa a sofrer muito, por não possuir energias humanas para alimentar seu corpo emocional e acaba tornando-se apático, desinteressado, implicante etc. Sua luz vai se exaurindo com o advento da velhice, num processo oposto ao dos seres maduros. A luz de um ser é a sublimação de seu espírito humano, que irá se conduzir segundo os princípios divinos que regem toda a criação...

A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres, que, se emocionados, sofrem sua atuação, aquietando-se e chegando até a ter suas evoluções paralisadas. Ela age decantando-os de seus vícios e desequilíbrios mentais e preparando-os para uma nova vida, mais equilibrada. De todos os orixás, Nanã é quem tem um dos mistérios mais fechados, pois seu lado negativo é habitado por entidades com um poder enorme e como orixá é fechada às pesquisas de sua força ativa. Ela desfaz os excessos e decanta, ou enterra, os vícios. Ela é a maleabilidade e a decantação, pois é uma orixá água-terra. É cósmica, dual e atua  por atração magnética sobre os seres cuja evolução está paralisada e o emocional desequilibrado. Ela desparalisa o ser, decanta-o de todo negativismo, afixa-o no seu barro, deixando-o pronto para a atuação de Obaluayiê, que o colocará numa nova senda evolutiva. 

Ela é a divindade ou o mistério de Deus que atua sobre todos os espíritos que vão reencarnar, pois decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos e os adormece, para que Obaluayiê reduza-os ao tamanho de feto no útero da mãe que os reconduzirá à luz da carne. Mãe Nanã envolve o espírito que irá reencarnar, em uma irradiação que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. Por isso, ela é associada à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas da sua vida carnal. 

Ela atua na memória dos seres, adormece os conhecimentos do espírito, para que eles não interfiram com o destino traçado para a encarnação. Como orixá, sua manifestação é através de movimentos lentos e cadenciados, porque traz em si uma energia e magnetismo muito forte. Nanã é uma guardiã que tem seu ponto de força natural, nos lagos, mangues, rios caudalosos e nos deltas e estuários dos rios. Seu campo de ação está localizado nos lagos; tudo ali traz uma calma, uma tranqüilidade que não é encontrada nos outros pontos de força da natureza. No lado místico, Nanã é a divindade que acompanha nosso fim na carne, assim como nossa entrada, em espírito, no mundo astral. Nessa porta de passagem, Nanã, atua sobre nosso carma, conduzindo esta situação com calma, para que o espírito não tome conhecimento da sua transição de um plano vibratório a outro. Nanã é também guardiã do ponto de força da natureza que absorve as irradiações negativas que se acumulam no espaço, criadas pelas mentes humanas nos momentos de angústia, dor ou ódio. Nanã Buruquê é dual porque manifesta duas qualidades ao mesmo tempo. Uma vai dando maleabilidade, desfazendo o que está paralisado ou retificado, a outra vai decantando tudo e todos os seus vícios, desequilíbrios e negativismos. 

Ela desfaz os excessos e decanta ou enterra os vícios. Nanã Buruquê forma com Obaluayiê um par natural; são os orixás  responsáveis pela evolução dos seres. Se Obaluayiê é estabilidade e evolução, Nanã, é a maleabilidade e a decantação que polarizada com ele e, ambos, dão origem à irradiação da Evolução. Ela atua também na linha da vida, que no início tem Oxum, estimulando a sexualidade feminina, no meio tem Yemanjá, estimulando a maternidade e no fim tem Nanã, paralisando a sexualidade e a geração de filhos, quando se instala a menopausa. Nanã, é um dos orixás mais respeitados no ritual de Umbanda, por se mostrar como uma vovó amorosa, sempre paciente com nossas imperfeições como espíritos encarnados tentando trilhar a senda da luz. Os santuários naturais, pontos de força regidos por  nossa mãe Nanã Buruquê (os lagos), têm seu próprio campo magnético absorvente poderosíssimo, que varia de sete a setenta e sete metros, a partir das margens. Ali reina a calma absoluta, característica que é própria de Nanã, que se movimenta lenta e cadenciadamente, porque traz em si uma energia e um magnetismo muito fortes.

Nanã Buruquê é a maleabilidade e a decantação e atua por atração magnética sobre os seres com evolução paralisada e emocional desequilibrado. Essa calma absorvente exige silêncio e descarrega e magnetiza o campo vibratório das pessoas,  que se modificam, passando a  agir com mais ponderação e equilíbrio. Ela desfaz os excessos, decanta o negativismo e os vícios e os afixa no seu barro. Nanã, quando vibra à esquerda, no seu lado negativo, é a guardiã do ponto de força das águas estagnadas. A ação negativa das águas paradas pode tirar o equilíbrio de uma pessoa, de uma só vez, provocando desequilíbrio e doenças espirituais, ao atuarem através dos líquidos do corpo humano. O seu ponto de força, quando orientado para nos auxiliar, é absorvente, mas, quando voltado contra nós, é destrutivo, desarmonizador e desequilibrador. Nanã é também a guardiã dos deltas e estuários, locais em que os rios são absorvidos pelo mar. Ela é a Guardiã do ponto de força da Natureza que absorve as irradiações negativas, tanto as que são trazidas pelas correntes magnéticas ao redor da litosfera, quanto as forças negativas criadas pelas mentes humanas. Esses pontos são como pára-raios, que descarregam todas as irradiações captadas.

*) – Veja o texto compleo no Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Mãe Iemanjá:

Vida é existência! Como somos seres espirituais, a vida é uma das vias de evolução do espírito, que é eterno - imortal. A Mãe da Vida - criativa e geradora - é a Divindade Yemanjá, criada e gerada pelo Divino Criador, Olorum, para ser um princípio doador e amparador da vida. Ela atua com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies. As características marcantes da Divina Mãe Yemanjá são o amor maternal, a criatividade e a geração. 

 Ela simboliza o amparo, a maternidade que envolve os seres, amparando-os e encaminhando-os diligentemente, protegendo-os até que tenham seus conscienciais despertados, estando aptos a se guiar. A criatividade de Mãe Yemanjá torna os seres, criaturas e espécies capazes de se adaptarem às condições e meios mais adversos. geração irradia essa qualidade a tudo e a todos, concedendo-lhes a condição de se fundirem, para se multiplicar e se repetir. Yemanjá é a amada Mãe da Vida, pois gera vida em si mesma e sustenta o nascimento. Ela é a água que vivifica os sentimentos e umidifica os seres, tornando-os fecundos na criatividade (vida). 

Ela rege o mar, que é um santuário natural, um altar aberto a todos. Por isso, é chamada "Rainha do Mar", para onde tudo é levado, para ser purificado e depois devolvido. Água é vida. Somos regidos pelas águas, pois tanto o nosso corpo como o nosso planeta são constituídos predominantemente por água. A energia salina das Sete Águas Divinas de Mãe Yemanjá cura enfermidades do espírito, queima larvas astrais resistentes e irradia energias purificadoras para o nosso organismo. O mar é alimentador da vida e irradiador de energias que purificam o planeta e o mantém imantado.Vida é espiritualidade e espiritualização e, portanto, imortalidade. A carne é apenas um meio para evoluirmos. A vida é a vivência das virtudes do espírito, na luz.


Yemanjá, nossa Mãe, Rainha do Mar, Senhora da Coroa estrelada, é a Orixá Maior doadora da vida e dona do ponto de força da natureza, o Mar, santuário aberto, onde tudo é levado para ser purificado e depois devolvido. Ela foi gerada na qualidade criativa e geradora do Criador Olorum e é a criatividade e a geração em si mesma. Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente dita. Yemanjá é a água que nos dá a vida, como uma força divina.

O Planeta Terra é na verdade, o planeta água, porque se constitui de três quartos de água. Quando não há água, não há vida, e sem vida nada existe. Yemanjá, a Guardiã do Ponto de Força da Natureza, o Mar, é a Orixá que tem um dos maiores santuários. As pessoas que vivem onde há muita água são mais emotivas. Quem vive à beira-mar absorve uma irradiação marinha muito forte. Isso o torna mais saudável, menos suscetível a doenças do que quem vive distante do mar. A irradiação marinha, assim como a das matas, é purificadora do nosso organismo. Do mar saem irradiações energéticas salinas que purificam o planeta e energias magnéticas que imantam o globo terrestre, ou o mantém imantado. 

O mar é um santuário, um altar aberto a todos e regido por nossa mãe Yemanjá, a Rainha do Mar, onde tudo é levado para ser purificado e depois devolvido.  Yemanjá, nossa mãe geradora, a mãe da vida, é em si mesma a qualidade criativa e geradora de Olorum. Ela não é uma deusa, mas é um princípio criativo, doador da vida, que gera a criatividade e a irradia de forma neutra a tudo que vive, dando-lhes a apacidade de se adaptar às condições e meios mais adversos à vida. Também  gera e irradia a qualidade genésica,concedendo a tudo e a todos a condição de se fundir com coisas ou seres afins para multiplicar-se e repetir-se.


A energia salina cura enfermidades do espírito, queima larvas astrais resistentes, irradia energias purificadoras para o nosso organismo. O mar é o melhor irradiador de energias cristalinas; suas águas são condutores naturais de energias elementais, que são concretizações puras de energia. O mar é alimentador da vida. Esta é uma ação permanente. O homem não pode alterá-la e ela não depende do homem para existir ou atuar. É um princípio divino e, como tal, age sobre tudo e todos. 

À beira-mar, sobre o mar e dentro do mar existe um plano etéreo da vida que é habitado por muito mais seres que na face da terra. A vida ali, atinge a casa das dezenas de bilhões de seres regidos pelo “principio” Yemanjá. O ponto de força do mar, e sua Guardiã, não querem ser vistos apenas como objetos para adoração mística. Querem não ser profanados por aqueles que trazem todos os vícios humanos em seu íntimo. Essas pessoas maculam o mar com aquilo que têm de pior. Por isso o mar é tão fechado em seus mistérios maiores, revelando apenas seus mistérios menores e, assim mesmo, parcialmente. É uma forma de defesa de seus princípios sagrados. Yemanjá é a Mãe da vida e como tudo o que existe só existe porque foi gerado, então, ela está na geração de tudo o que existe.

Ela atua na geração dos seres, das criaturas e das espécies. O amor maternal é uma característica marcante dessa divindade, mas, se Yemanjá é uma mãe ciumenta dos seus filhos, também é uma mãe que não perdoa o erro daqueles que vão até seu ponto de força na natureza, os mares para fazer o mal. Olhem para o mar e começarão a descobrir os mistérios da Natureza. Descobrindo o seu encanto e magia, irão conhecer o outro lado da vida. Ao mar, alimentador da vida, se dirigem milhares de espíritos após o desencarne, à procura de paz. Lá encontram um campo vasto para viver em Paz. Simbolicamente, Mãe Yemanjá é representada com a estrela do mar, que é a estrela da geração (vida).

*) – Veja o texto compleo no Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

Mãe Yansã - Direcionamento

"As preces direcionadas a Olorum nos são ouvidas  e  nos  colocam  em  sintonia  direta  com  as divindades encarregadas de executar Sua vontade."

Mãe Yansã é a arte ou efeito de dirigir, de dar direção, de conduzir com ordenação. O direcionamento é uma das qualidades de Deus, presente e ativo em tudo o que Ele gera e cria, tanto animado quanto inanimado. Mãe Yansã é em si mesma essa qualidade do Divino Criador, ela é o próprio sentido de direção da lei. É a aplicadora da Lei e ordenadora dos seres emocionados, esgotando seus desequilíbrios e vícios, direcionando-os e abrindo-lhes novos campos, por onde evoluirão de forma menos emocional. Mãe Yansã é extremamente ativa, é movimentadora e aplicadora da  Lei nos campos da Justiça. Assim que o ser é purificado de seus vícios, Yansã entra em sua vida redirecionando-o e conduzindo-o a um outro campo, no qual retomará sua evolução.
Uma de suas atribuições é colher os seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional desvirtuado, seu mental e consciência desordenados, para só então redirecioná-los, facilitando sua caminhada pela linha reta da evolução. As energias irradiadas por Yansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e facilmente redirecionado. Mãe Yansã é a Divindade da Lei cuja natureza é eólica, daí ser chamada de Senhora dos Ventos e das Tempestades. Ela é o vendaval que desaba e a ventania que faz tudo balançar. 
Ela é o próprio sentido de direção da Lei; é um mistério que só entra na vida de um ser, caso a direção que este esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei Maior. Ela é o ar que areja nosso emocional e nos proporciona um novo sentido da vida e uma nova direção ou meio de vida, renovando a fé na mente e no coração dos seres. A essa Mãe Divina podemos pedir nosso encaminhamento correto no encontro de novos empreendimentos, conhecimentos, religião, processos, novas condições de vida, nos vários campos. Que nossa Mãe Yansã sempre nos proporcione a correta adaptação aos meios onde vivermos.

Nossa Amada Mãe Yansã é a senhora dos ventos; portanto, imaginem uma ventania se direcionando para todos os lados, ora para um, ora para outro lado. Essa energia nós não vemos, mas a sentimos, pois a todo instante também nos direcionamos de um lado para outro. Nossa mãe Yansã é Dona do direcionamento. 

Ela só entra em nossas vidas, como direcionadora da Lei, caso a direção que estejamos dando à nossa evolução e religiosidade não siga a linha correta traçada pela Lei Maior (Ogum). Quando não é possível reconduzir o ser à linha reta da evolução, uma das Yansãs intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisa o ser e o retém em um dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado. A Senhora das Energias Puras Eólicas, nos traz a vida porque sem o ar não viveríamos. Ela nos dá direcionamento, pois sem ele seríamos como um carro sem motorista. Quando ficamos sem saber o que fazer, que rumo tomar, não devemos sentir vergonha de pedir à nossa amada Mãe Yansã, um direcionamento na  vida, principalmente em negócios difíceis de serem resolvidos, nos relacionamentos sentimentais, e em tudo que precisar de um encaminhamento correto. 

Como Guardiã de um dos Mistérios de Deus, ela anula as injustiças e dilui os acúmulos emocionais. Como Divindade Cósmica, ela têm como atribuição atrair magneticamente os espíritos negativos, recolhê-los em seus domínios e retê-los, até que esgotem seus negativismos, para só devolvê-los às faixas neutras, de onde serão redirecionados para a luz ou para a reencarnação.Como magnetismo aéreo, reflete em nós idealização, lealdade, sustentação, movimentação, circulação, ordenação, segurança, etc. 

Nossa amada mãe Yansã, eólica por excelência, irradia-se no fogo e no tempo e fixa-se nos cristais, no mineral e na terra. Dilui-se na água e absorve no vegetal. Basta errarmos, para que ela nos envolva em uma de suas espirais, impondo-nos um giro completo e transformador dos nossos sentimentos viciados. A energia básica eólica é fundamental ao arejamento mental e ao equilíbrio emocional das pessoas. Se absorvemos muito dessa energia, tornamo-nos emotivos e “aéreos”, mas se absorvemos pouco, aí nos tornamos densos e bitolados. Ela areja nossa mente, direciona nossa evolução e fortalece nosso sentimento virtuoso.

Yansã é o vendaval que derruba e a ventania que faz tudo balançar. Yansã é a lei atuando no sentido de direcionar os seres que se desequilibram. É a novidade que  renova a Lei na mente e no coração humano; é a busca de melhores condições de vida para os seres".

*) – Veja o texto compleo no Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista Lurdes de Campos Vieira (Coord.) – Madras Ed.

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